Aos poucos, tudo começa a fazer sentido. Há mais mistérios envolvidos na queda de Moacir Lima da Biofábrica do que poderia supor as especulações dos pobres mortais. Como está sendo revelado agora, a conta-gotas, a relação era de fritura, e já fazia algum tempo.

Pois bem. A história começa com o contrato de produção que o Instituto Biofábrica de Cacau mantém com a Secretaria da Agricultura. A Biofábrica produz e a Seagri compra as mudas e as distribui para os produtores da agricultura familiar, assentados e associações de pequenos agricultores. Durante quase toda a gestão de Moacir, esse contrato não havia sido formalizado, e a coisa funcionava baseada num contrato de emergência.

Quando, há pouco tempo, finalmente foi assinado o tal contrato, que foi até publicado no Diário Oficial do Estado, começou o boicote. “Passou a existir a formalidade, mas o dinheiro sumiu”, revela uma fonte do Pimenta, que identifica o próprio secretário Roberto Muniz como maior interessado na queda de Moacir.

E essa fonte também revela um fato curioso em relação a essa trama digna de novela das oito: o ‘motorista’ do secretário Roberto Muniz durante a visita que ele fez à Biofábrica há cerca de dois meses foi ninguém menos que o próprio Henrique Almeida, hoje o indicado para ocupar a vaga do ex-diretor...

“Quem conhece esse meio da política sabe que quando a autoridade escolhe alguém para ir no seu carro, é para que ali aconteça a conversa reservada”, afirma a fonte. Talvez o erro de Moacir, por sua vez, tenha sido não acreditar na força de seus opositores. “Era um ‘bicho’ pra trabalhar, mas faltou-lhe o traquejo”.